Agenda Cultural

Numa estreia deslumbrante em solo português, a grandiosa Orquestra Filharmonia Podkarpacka de Rzeszów (Polónia) toma o palco, entregando-nos uma noite de música clássica que coloca o magnífico MOZART no epicentro das atenções, unindo a excelência da orquestra com a maestria do piano e a harmonia celestial das vozes dos solistas e do coro.

O concerto tem a singularidade de começar com a emocionante "II Sinfonia 'Fátima' de Henryk Botor", uma obra contemporânea polaca escrita em 2017 para as comemorações dos 100 anos das Aparições em Fátima. Considerada uma notável homenagem musical à espiritualidade, agora, pela primeira vez, o andamento inicial da obra é ouvido em Coimbra, marcando sua estreia em Portugal.

O palco transforma-se para apresentar o virtuoso Bernardo Santos, que traz o drama e a paixão de Mozart com o "Concerto para Piano em Ré Menor, K. 466". Composto em 1785, esta peça é famosa pelo seu caráter trágico e fervoroso, prenunciando elementos encontrados no posterior Requiem de Mozart. Apesar das tensões, destaca o lirismo operático de Mozart, enquanto o terceiro mantém o caráter dramático, o concerto para piano termina de maneira otimista.

A noite culmina com o comovente "Requiem em Ré Menor, KV. 626" de Mozart, onde os solos vocais de Leonor Barbosa de Melo, Gisela Sacshe, Bruno Almeida e Pedro Telles, juntamente com o Coro Sinfónico Inês de Castro, se unem à majestosa Orquestra Filharmonia Podkarpacka de Rzeszów (Polónia), trazendo uma experiência intensa e reflexiva. A Direção é do Maestro Artur Pinho Maria. Esta obra-prima que a morte do compositor interrompeu, é, ainda hoje, envolta em mistério e fascínio porque explora temas de vida e morte, esperança e transcendência. A abertura sombria e misteriosa do "Requiem" estabelece imediatamente uma atmosfera de reverência e introspeção. Os movimentos individuais variam desde o lamento profundo do "Dies Irae" até a serenidade do "Lacrimosa". O contraste entre as seções grandiosas e as passagens mais íntimas cria uma narrativa musical envolvente.

Esta noite de música clássica transcende séculos e fronteiras, conectando o passado e o presente em uma harmonia emocional e espiritual, proporcionando uma viagem profunda e inesquecível de sentimentos e emoções através da música.

O concerto encerra o XI Ciclo de Requiem de Coimbra, uma marca musical cultural da cidade que este ano se pautou pela presença em palco de três orquestras sinfónicas.