Agenda Cultural

Dia Mundial da Música
Associação Cultural de Amigos de Santo Amaro do Pico


"Saudade” é canção açoriana. Aquela que diz "ó meu bem se tu te fores / Como  dizem que te vais / Deixa-me o teu nome escrito / Numa pedrinha do cais” para ser relato de vidas, em que o pão e o coração às vezes estavam em margens opostas do Atlântico. E quem diz pão diz caminho, como o que vinha dar à Coimbra do chamamento da Cabra – o das passadas de Antero e de Nemésio também. Que vozes de Coimbra nasceram no meio do Mar? Que canto coimbrão ecoou nas Ilhas de Bruma que Gonçalo Velho achou?

Alguns dos que dali chegaram subiriam as escadas da Sé Velha em dia de Serenata, para cantarem os seus Fados. Subirão agora ao palco (eles que eram  das casas estreitas da Alta e dos quartos das Repúblicas) Tavares de Melo, Machado Soares e Raposo Marques. O Fado vai ser de Coimbra, mas há de estar tingido de Saudades e Charambas, da terra daquelas Liras que se cantarão  também. São cantigas de ir e vir - Fados daqui, Coimbra lá longe na toada que é saudosa.

Às portas da velha Sé um jovem cantou um dia "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida”. Era voz açoriana, e as pedras da escadaria foram o cais de um Mondego com vista para o Oceano.


Ficha Artística/Técnica