Agenda Cultural
Galeria Pedro Olayo (filho)
até | Quarta-Feira 1 Junho, 2022 17h00
Gratuito, sujeito à lotação mediante levantamento prévio de bilhete na Bilheteira do Convento São Francisco
© DR
© DR
No próximo dia 1 de junho, quarta-feira, às 17h00, o historiador Luís Trindade estará à conversa com Ana Bigotte Vieira, curadora da exposição.
O historiador Luís Trindade partirá da investigação que serviu de base à exposição para, através dos materiais expostos, traçar algumas linhas de história cultural do séc. XX português. O enfoque na dança em Coimbra torna-se assim uma lente para abordar cultura erudita e popular, nacional e internacional, prática e ensino artístico, censura e comportamentos corporais.
© DR
LUÍS TRINDADE
Luís Trindade é professor de história contemporânea na Universidade de Coimbra, onde também desempenha funções como vice-coordenador do Centro de Estudos Interdisciplinares. Entre 2007 e 2019, lecionou na Universidade de Londres (Birkbeck College). Publicou O Estranho Caso do Nacionalismo Português. O salazarismo entre a política e a literatura (2008), Narratives in Motion. Journalism and modernist events in 1920s Portugal (2016) e Silêncio Aflito. A sociedade portuguesa através da música popular (dos anos 40 aos anos 70) (2022). Tem desenvolvido pesquisa nas áreas do nacionalismo, marxismo, cinema e outros aspetos da cultura popular em Portugal no século vinte.
Exposição
Dança em Coimbra?! é um exercício de cronologia comparada que procura dar a ver os modos como a apresentação e o ensino de dança na cidade, sempre vistos como algo exterior (não autóctone), se interligam com tensões maiores. A exposição organiza-se em três núcleos: por um lado, os anos de formação de Madalena Biscaia Farinha (mais tarde Perdigão) em Coimbra e a década de 1950, enquadrando as atividades das associações musicais a que pertence e dos grupos universitários TEUC e CITAC. Por outro, o fim dos anos 1960 e a vinda de Merce Cunningham e de outras companhias de fôlego ao Teatro de Gil Vicente (mais tarde TAGV) em plena agitação estudantil e ao lado da atividade do CAPC e da emergência da performance arte. Por fim, o surgimento da chamada "Nova Dança Portuguesa” na década de 1990 que coincide com o apogeu da Bienal Universitária de Coimbra (BUC), numa altura em que a cidade era um ponto expressivo da contracultura no país.
Construindo uma cronologia para a dança em Coimbra permite vislumbrar muito mais do que a dança: as esferas de influência que a cidade e a sua dinâmica universitária tecem no país, a vários níveis; a intrincada relação amador (universitário) vs profissional; a temporalidade episódica de festivais e temporadas vs programação regular; a aposta na interdisciplinariedade e na contaminação entre artes vs a suposta pureza das disciplinas; e, por último, a questão do financiamento da cultura, entre prática universitária com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian vs gestão autárquica ou política cultural nacional. Procura igualmente, ao olhar para a recepção de alguns espectáculos, incidir sobre a experiência estética da dança como experiência de mundo, situando-a.
Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins
Ficha Artística/Técnica
Curadoria, edição e investigação: Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins
Conceção e design gráfico: Marco Balesteros (Atelier Letra)
Assistência de edição: Carlos Manuel Oliveira
Apoio à investigação: Catarina Pires, Marta Laranjeira, Márcia Carvalho, Pedro Cerejo, Rita Grade
Marcenaria: Bruno Caracol
Produção: Convento São Francisco / Câmara Municipal de Coimbra
Produção executiva: Associação Parasita
Agradecimentos: André Heitor, António Augusto Barros, António Barros, António Pinto Ribeiro, Centro de Documentação 25 de Abril, Fernando Matos Oliveira, Fernando Pinto Coelho, Gil Mendo, João Esteves, José Sasportes, Mafalda Aguiar (Arquivos Gulbenkian), Manuel Deniz Silva, Maria Fernanda Rovira, Maria José Fazenda, Maria João Seabra, Margarida Bettencourt, Natércia Coimbra (Centro de Documentação 25 de Abril), Pedro Boléo, Ricardo Seiça Salgado, Rui Valente, Sandra Nogueira (Centro Documentação Cena Lusófona), TEUC - Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.
A Parasita é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes no biénio 2020—21/22
Classificação Etária
M/12
M/12
Duração
60 minutos
Informações
Bilheteira: 239 857 191
bilheteira@coimbraconvento.pt