Agenda Cultural

As suites orquestrais são coleções de danças curtas que eram apresentadas em ocasiões sociais informais, como jantares da nobreza ou festas ao ar livre. Este género tornou-se muito popular na Alemanha durante a época de Bach. Conhecem-se quatro suites orquestrais do compositor, sendo que uma quinta foi posteriormente atribuída ao seu filho Wilhelm Friedemann Bach. Não se sabe por que foram compostas e para que ocasião, dado que não se inserem num ciclo, como os concertos brandenburgueses.

É provável que tenham sido escritas como música festiva para as cortes de Weimar e Cöthen. Mais tarde fizeram parte do repertório do Collegium Musicum de Leipzig, prestigiado grupo de músicos do qual Bach foi nomeado diretor em 1729, e que se reunia regularmente no Café Zimmermann para tocar. São bons exemplos de um estilo mais leve do compositor e uma amostra inquestionável de sua maestria. As peças seguem o modelo francês, começando por uma abertura mais lenta e solene seguida de uma parte central mais enérgica e por variadas danças curtas.

A cantata Non sa che sia dolore, BWV 209, cantata secular apresentada pela primeira vez em Leipzig no ano de 1747, é uma das duas cantatas com texto em italiano compostas por Bach, a par de Amore traditore.

Terá sido composta para uma despedida de alguém que deixou a comunidade académica de Leipzig. Um possível candidato terá sido Johann Matthias Gesner, um estudioso clássico e amigo de Bach nascido em Ansbach, cidade mencionada na cantata, e foi por vários anos reitor da Thomasschule em Leipzig, onde Bach também trabalhou. Por outro lado, o texto também menciona uma viagem em serviço da pátria, bem como minerva, a deusa da guerra defensiva, e fala de uma pessoa jovem. Assim, poderá ter sido dedicada ao jovem que iria servir no exército.